segunda-feira, 21 de julho de 2008

Fwd: CÓPIA DO DALTON DE 18.07 SEXTA

CÓPIA DO TEXTO DALTON DE SEXTA-FEIRA 18.07
do blog: polacodabarreirinha.blogspot.com

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CHICO FANTASMA
FONE:041 9176 7907


" Época triste a nossa... mais fácil desintegrar um átomo do que
o preconceito!"


"Antigamente, o silêncio era dos imbecis; hoje, são os melhores que
emudecem. O grito, a ênfase, o gesto, o punho cerrado, estão com os
idiotas de ambos os sexos."


Meus universalíssimos leitores, minha clara filosofia de vida é "tudo
ao mesmo tempo agora já neste momento inclusive antes e depois!". Ou
seja: escreveu não leu é analfabeto. Ou ainda: creio, na prática, na
teoria da relatividade. Eu, vocês sabem, sou um tipo inútil e
profundamente sobressaltado com a hipocrisia, o preconceito,
ignorância e desfaçatez da maioria das pessoas que habitam este cisco
de universo que é o planeta Terra. É tão mais fácil ser sincero e
verdadeiro que, muita vez, me pego a pensar com meus botões de futebol
de mesa sobre a essa inversão de valores que campeia esse mundinho de
Deus. Mas não deixemos que nada nos desanime, pois até um pé-na-bunda
nos empurra pra frente. O que eu queria mesmo lhes dizer é que a gente
pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que
em um ano de conversa. O verdadeiro aparece rapidinho, pois brincando
brincando, o monstrinho toma forma a olhos vistos. Isso porque a
quantidade de preconceito que cada um de nós tem dentro de si é
inversamente proporcional à de inteligência. E, sendo assim, podemos
concluir que a ignorância não fica tão distante da verdade quanto
ficam o preconceito e a hipocrisia. Mas, se já vivemos muitas dessas
desilusões com esse tipo de gente, é sempre bom lembrar que pra frente
tem mais. E não devemos nunca nos esquecer que chorar sobre as
desgraças passadas é a maneira mais eficiente de atrair outras. Mas
isso não tem importância.

OS FALACIANOS BAZOFIAM ATÉ A MÃE
DO ANJO DA GUARDA.

- Como assim? Como assim? Mas meu deus do céu, será que esse imundície
não se flagra? Se não tem importância então pra que todo esse
blá-blá-blá, ô cancro sifilítico? Vai gastar essa conversa fiada com
tua mãe, escriba do diabo. Aqui ninguém te agüenta mais, vai pra puta
que te pariu!

- Já reparou, Geraldo, o velho louco está cada vez pior. Agora,
começou com essa de moralismo pra cima de seus burríssimos leitores.
Não consigo imaginar alguém perdendo tempo com essas asneiras...mas,
enfim, tem louco pra tudo neste mundo. Por mim, eu dava um tiro na
boca desse filho da puta.

- Ahahahahaha...Riba, além de dar tiro, vamos ter que amarrar as mãos
do idiota, pregar a língua, salgar e deixar no sol. Por que se não o
cara é capaz de continuar atormentando a gente.
- Ahahahahaha... O cara vivo já é uma alma penada, imagine morto.
Ahahahah...o terninho, a gravatinha e o sapatinho finalmente iriam
descansar em paz.
- Ahahahahahah.... Ia mais gente ao enterro se despedir deles do que
do Dalton. Ahahahaha...

Eu, meus confidentíssimos leitores, vocês sabem muito bem, não reajo
como um ser normal diante da bazófia, do chiste e da pilhéria. Vejam
bem. Não sei se já disse isso a vocês, mas se não disse, digo-o agora,
eu sou um inadimplente até na hora de pagar pelos meus pecados. Sim,
se Deus apresentasse a conta, eu teria imensas dificuldades para zerar
meu débito e, provavelmente, Ele me partiria dessa pra pior. Mas o que
eu quero mesmo lhes dizer é que sofro as mais cavas humilhações desde
que, aos 6 anos, comprei fiado o meu primeiro Sonho de Valsa no
empório do seu Boleslau. Minto e já me corrijo. Não era um Sonho de
Valsa e, sim, uma mirabolante e auspiciosa Maria-Mole. E também não
era nenhum empório, mas um simples e humilde armazém de bairro. De lá
pra cá, não pago integralmente nem promessa. Pois, como já lhes disse,
o mês é grande demais para o meu salariozinho de menos. Mas isso não
tem importância.

- Então não fale, ó escriba, filho de um égua! Geraldo e Ribamar,
pilheriam-me e saem, de braços dados, para fumar. Não lhes quero mal
nem bem também. O Geraldo, vocês sabem melhor do que eu, é um ser
essencialmente contraditório. Desde que cheguei aqui no jornal, ele
senta-se à minha direita e tem sido capcioso até quando me
cumprimenta. Sim, meus incredulíssimos leitores, até quando me
cumprimenta. Nossa relação é puramente social, enfadonha, uma gastura
só. E, como conseqüência da minha ausência em seu abraço, ele se
amasiou com Ribamar. Digo amasiou e já não digo, porque o termo não
corresponde à verdade. O correto é dizer que essas duas múmias se
uniram contra mim, de corpo e alma, com dois abjetos intuitos: rir de
minha pobre pessoa e invejar minha espartana capacidade de escrever. O
Ribamar, já cansei de dizer aqui, é uma espinha. Mas não uma espinha
adolescente, não. Não é uma espinhazinha classe média. Não mesmo. É um
criadouro inesgotável de pus e sebo. São centenas e centenas de
protuberâncias deformando, moldando, estigmatizando a sua cara. Só
para vocês terem uma idéia, o seu rosto é a última coisa que aparece
em sua face. E, confesso, é um momento de grande alegria encontrá-lo,
de vez em quando. Mas isso não tem importância.

PÉ EM DEUS E FÉ NA TÁBUA?

O que eu queria mesmo lhes dizer é que não sou nem um pouco modesto
quando me refiro à minha extraordinária capacidade de escrever. "Nem
tanto. Nem tanto." Alguns mais apressadinhos já devem estar me
contrariando em alto e bom tom. Mas me explico melhor e, espero, assim
não daremos vez à maledicência e ao mal entendido. O certo é que saber
escrever é saber pensar. E saber pensar é saber ler, estudar, ouvir,
ver, comparar, analisar, enfim, ter consciência de que tudo está
intimamente ligado e caminha para o mesmo fim. Isso é vida? Ler até o
olho fazer bico e, cego, continuar às apalpadelas buscando sentidos
que até o braile passa por cima? Querer tirar de cada palavra,
vírgula, ponto, letra, a essência da beleza, espremendo, rasgando,
dilacerando, moendo a própria carne? Ora, vamos e venhamos, isso não
pode ser. Ou pode? E vai que você começa e dá certo. Aí você vai
querer me agradecer, mas eu não estou nem aí para agradecimentos. Só
não quero chamar ninguém de burro. Mas isso não tem importância, meus
sapientíssimos leitores.

O VAMPIRO É O INCRÍVEL
CHUPA-CABRAS.

O que eu queria mesmo lhes dizer é que o Trevisan chegou à noitinha lá
em casa na terça-feira e, cão faminto, esparramou-se sobre a tigela de
broinhas de fubá mimoso e, cavalo sedento, mergulhou no litro de licor
de ovos e, ogro satisfeito, então, descascou:

- Vai à puta que te pariu, Dalton. O Torcedor está louco. Cheguei
ontem lá no hospital e, sem mais nem menos, ele voltou a falar.

- O quê? O tio falou?

- Falar não é o termo mais certo. Ele dialogou consigo mesmo na minha
presença. Aliás nem sei se ele percebeu que eu estava lá.

- Ahahahah... Essa é boa. Me conte os detalhes.

- Bom, eu cheguei, cumprimentei e ele nada. Mas, súbito, ergueu-se da
cama, foi até o espelho, esticou o braço como se fosse dar a mão a
alguém e apresentou-se a si mesmo. "Muito prazer, sou o Torcedor.
Estou encantado em conhecê-lo. Sinto que sua nobre presença alegra e
beatifica este ambiente hostil onde estou reservado." Imagine minha
cara de espanto, Dalton.

- Então o velho pirou de vez.
- Você conhece teu tio melhor do que eu, mas a verdade é que fiquei
ouvindo tudo aquilo durante 6 horas sem...

- 6 horas?

- E 42 minutos. Ele não parava nem para respirar. Parecia que estava
tentando impressionar sua imagem no espelho.

- Ahahahaha...

- De repente, deu um grito: "Não me fale no Dunga!" E quedou mudo.
Deitou na cama, cobriu a cabeça e ainda disse com a voz cansada. " E
não me apareça nunca mais pela frente!"

- Que coisa! Você falou com o médico?

- Falei, mas ele apenas me disse que também faz isso todos os dias
desde que saiu do Bom Retiro, onde esteve internado.

- Ah que bom. Mas mudando de assunto, pegou a mensagem do Machado de
Assis no terreiro do Pai Véio Chico Fantasma?

- Não. Eu estava trepando com tua mãe e no meio do rala-rala,
chupa-chupa, tira-enfia- enfia-tira, ela disse que ia buscar pra mim.
Porra, Dalton, você me conhece há quantos anos? E ainda faz esse tipo
de pergunta? Está aqui, idiota. Mas lembre-se, o Véio disse que é para
você abrir o envelope somente às 3h33 da madrugada, hora em que os
demônios estão divididos ao meio.

- Porra, que conversa! Você não acha que todo esse misticismo é... O
Trevisan sai e não diz nem tchau. Me atraco com as broinhas e dou umas
belas talagadas no litro de licor, antes que Dona Zenóbia, minha doce
esposa, o faça. A bebida me amolece as pernas e me estendo largamente
sobre a rede. É tão bom olhar para o céu em noite de lua cheia... De
repente a Lua é todos os pensamentos e todos os pensamentos têm luz,
silêncio e gravidade. Lembro do Torcedor e rio de mim mesmo. Mas isso
não tem importância.

O NELSON RODRIGUES É UM ESPELHO.

O que eu queria mesmo lhes dizer é que há muito tempo, acho que era
1972, isso 1972. Não, não era. Era 1970. Lembro-me bem, a noite estava
calma, o ar, adocicado, e todas as flores do Rio de Janeiro cantavam
"Primavera" junto com o Tim Maia. Eu e Nelson caminhávamos à procura
de um bar em Copacabana. No caminho, ele vazado de luz como um santo
de vitral, me dizia:

- Dalton, posso não ter outras virtudes, e realmente não as tenho. Mas
sei escutar. Direi com a maior e mais deslavada imodéstia, que sou um
maravilhoso ouvinte. O homem precisa ouvir mais do que ver. Qualquer
conversa me fascina e, repito, não há conversa intranscendente. E, se
duas pessoas se falam, a minha vontade é parar e ficar escutando. Uma
simples frase, ainda que pouco inteligente, tem sua melodia
irresistível.
Há uma semana, por exemplo. Eu ia passando e vi duas senhoras no ponto
de ônibus. Conversavam. Estaquei e resolvi ouvi-las. Eram duas gordas
e uma delas perguntava à outra: - "Sabe onde fica a Praça Serzedelo
Correia?" A outra respondeu: - "É pertinho daqui. Ali." E mostrava com
o dedo: - "Está vendo? Ali." A primeira olha e suspira: - "Então vou
tomar o ônibus."
A distância que a separava da praça era uma quadra. Comecei a ver ali
um mistério insuportável. Por que tomar um ônibus para ir de uma
esquina à outra esquina? Foi mais ou menos o que disse a segunda
senhora: - "Não precisa ônibus. Para que ônibus? Tão pertinho." Novo
suspiro da primeira: - "Estou tão machucada. Vou mesmo de ônibus."
Foi aí, e só aí, que eu e a outra percebemos a evidência total.
Estava, sim, bem machucada. Na minha infância, dizia-se "amarrotada".
E ela estava amarrotada. O olho esquerdo, ou direito, tinha um halo
negro, um halo que parecia feito de rolha queimada. Um das orelhas
(não vi a outra) estava enorme como a de um boxeador. Enorme e
vermelha ou roxa. A simples palavra repercutia, dolorosamente, lá por
dentro. E, então, compadecida, a outra quis saber: - "Mas que foi
isso? Desastre?"
Parecia um bárbaro atropelamento. E havia, na conversa, um clima
folhetinesco. Não perco uma palavra. Veio a resposta: - "Foi meu filho
que me deu uma surra." Dizia isso sem nenhum horror, em tom castamente
informativo. Era como se não fosse ela a mãe, e fosse o filho da
vizinha o espancador. A segunda senhora deixa passar um momento. Ainda
espicha o pescoço para ver o ônibus. E pergunta, com relativo
interesse: - "Bateu na senhora?" Geme: - "Bateu." E havia no que uma
perguntava, e a outra dizia, uma naturalidade hedionda. – "Bateu por
quê?" Disse: - "Me pediu dinheiro. Eu não tinha. Já sabe . Meu filho
tem um gênio que Deus te livre. Muito nervoso." A segunda olha no fim
da rua: - "E esse ônibus que não vem?" Espia o relógio e suspira:
"Caso sério." A primeira está dizendo: - "Quando respiro..." Respira
fundo: - "Dói aqui." E espeta o dedo: - "Bem aqui."
E, súbito, chega o ônibus. Uma subiu, fácil e lépida. Mas a mãe
espancada foi uma dificuldade. Dizia baixinho, como se o motorista
pudesse ouvi-la: - "Espera, espera." O cobrador fica olhando e
reclamando: - "Como é, minha tia?" Lá fui eu ajudá-la. Um outro
apareceu. Foi empurrada, quase carregada. Gemia: "Ai, ai." Finalmente,
entrou. Arquejou para mim e para o outro: - "Deus te abençoe, Deus te
abençoe!" O cobrador deu o sinal e o ônibus partiu. Começou, para ela,
a longa viagem de uma esquina para outra esquina."
Quando finalmente sentamos no Bar ...( esqueci o nome), em Copacabana.
O Nelson, soltando fogo pelas ventas, me perguntou: - "Dalton, será
que essa mãe não tem marido? Ou um outro filho? Ou vizinho?
- Ela pode ser viúva, com um filho único.
- Mas teria vizinhos. E, além disso, há a imprensa, o rádio, a
televisão, o congresso, o senado, as forças armadas, etc...etc. Um
filho espanca a mãe e fica por isso mesmo? Admito que não se faça
nada. Mas o que não entendo é que ninguém se espanta. O brasileiro se
espanta cada vez menos. A própria vítima não me pareceu espantada.
Lembro-me de que ao contar a surra inflexionava como se tivesse pena,
não ódio (ódio nenhum), pena do filho. Era uma espécie de ternura
apiedada. Se a outra condenasse o rapaz, ela o teria defendido talvez.
Talvez, não. Estou certo de que o teria defendido. E, se a apertassem
muito, acabaria dando razão à surra. E iria para o espelho acusar a
própria imagem: - "Bem feito, bem feito!" Essa mãe, Dalton, capaz de
dar razão à surra, existe aos milhares, existe aos milhões, em todas
as terras e em todos os idiomas. É o próprio mundo - não, não - , é a
própria família que atira pela janela todos os seu valores."
Nelson, respirou profundamente e espiou o fundo dos meus olhos:
- "Dois dias depois, no mesmo ponto de ônibus, dou de cara com a gorda
amarrotada, abraçada com o filho espancador. E sabe que ela estava
feliz com aquele olho cor de gangrena?"
Rimos sem saber exatamente do quê. No entanto, a noitada foi admirável
e bebemos até o sol sair e o bar se pôr. Mas isso não tem importância.

UMA PORTA QUE NUNCA FECHA,
COMO SE ABRE?

Ontem, às 4h45 o telefone toca e corro para atender, pois Dona Zenóbia
já dormia.
- Alô?
- Oi, Dalton! É o Beco.
- Só podia ser. Ninguém mais, no mundo, me liga neste horário.
- Ah... que bom. Você já estava dormindo?
- De jeito nenhum. Dona Zenóbia está batendo o bumbo e eu, tocando tuba.
- Vão se apresentar em algum lugar?
- Sim, sim. No Circo Irmãos Queirolo, dia 30 de fevereiro.
- Vou estar lá, vou estar lá!
- Mas que que manda, Beco?
- Dalton, nas pessoas de capacidade limitada, a modéstia não passa de
mera honestidade, mas em quem possui grande talento, é hipocrisia. É
ou não é?
Tremo e sinto um forte solavanco dentro da alma. Sinto que muitas
portas se abrem em meu cérebro. Mas arrisco:
- Com certeza, Beco.
- Então é por isso que é mais fácil separar a água do vinho do que a
hipocrisia da verdade no julgamento das ações humanas?
Suando frio, com uma cava inquietação no espírito e o coração na
goela, tento ser normal:
- O que realmente você está querendo me dizer, Beco?
- É que, às vezes, procura-se parecer melhor do que se é. Outras
vezes, procura-se parecer pior. Hipocrisia por hipocrisia, prefiro a
segunda.
Com as entranhas já dando arrancos fenomenais, pela minha boca
trêmula, escancaro:
- Eu também. Mas, Beco, eu acho que... Desliga e não diz nem bom dia.
Vou para a varanda e a lembrança das 3h33 da madrugada de anteontem me
provoca um profundo arrepio. Abri o envelope na hora exata. Nem um
segundo a mais, nem um segundo a menos. Retirei a folha branca como o
linho e nela, gravado, em letras magistralmente escritas: " Dalton,
não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão. Pense
nisso com carinho. Assinado: Machado de Assis." Confesso, meus
superticiosíssimos leitores, que a mensagem, assim, jogada na minha
cara, quase me nocauteou. Não é todo dia que se lê uma verdade dessas,
ainda mais quando ela vem do além. Mas isso não tem importância.

FOI, É, SERÁ O QUE DEUS QUISER.

O que eu queria mesmo lhes dizer é que o campeonato é por pontos
corridos e vai que vai. O Coritiba foi a Goiás e trouxe na mochila um
empate em 2x2. Justo. O time entrou em campo soltando fogo pelas
ventas e Keirrison, aos dois minutos, já colocava o coxa em vantagem.
Mas o alviverde goiano foi pra cima e virou, em duas bobeadas da
defesa. Em desvantagem, o Coritiba novamente foi pra cima e num
belíssimo chute do Tiago Bernardi deixou tudo igual. Aí o coxa achou
que poderia ganhar o jogo. E partiu com tudo e com todos. Eis que aos
47, surge a chance. A bola sobra livre para Michael, com o goleiro
completamente batido, e o que ele faz? Marca o gol e parte pro abraço?
Não, Michael ao ver o goleiro estirado e as caras desesperadas dos
zagueiros, se compadece, se apieda e, com o coração enternecido, põe a
bola para fora. Transido de luz, fica de joelhos e um santo, torcedor
do Goiás , desce dos céus e beija-lhe a fronte. Michael, levitando,
sai do estádio. E em seus sonhos vê-se aplaudido, carregado em triunfo
pela torcida do Goiás. Até ser atirado na dura realidade do banco de
reservas pelo Dorival, cara de pau. Essa até o Maringas aplaudiu.
Ontem, foi a vez do Flamengo aprender que no Couto Pereira não tem pra
ninguém. Apesar de ter maior volume de jogo em boa parte do tempo, foi
o coxa que marcou aos 18 minutos, através de Rodrigo Mancha, o nome do
jogo. Também merecia um prêmio o Edson Bastos pelas duas estupendas
defesas que garantiram o resultado. Mas, o verdadeiro espetáculo não
aconteceu dentro do campo e, sim, nas arquibancadas, onde uma multidão
incontável, vestida de verde e branco, cantava, pulava, berrava,
plantava bananeira e festejava a vitória do verdão. A lua, cheia,
iluminou ainda mais a felicidade alviverde. A festa saiu do estádio e
continuou nos bares de toda a cidade, madrugada a dentro. Mas isso não
tem importância.
Domingo tem Atletiba, no Mineirão, às 18h10 e quarta o Ipatinga, no
Couto. Os dois estão mal das pernas, se o coxa jogar seriamente pode
ficar com os 6 pontos e pular da 10ª posição para a zona da
libertadores. É só o Dorival, cara de bacalhau, parar de inventar.

VIA CRUCIS.

O Furacão, que vinha de uma derrota para o Fluminense, empatou com o
Internacional domingo e perdeu para o Cruzeiro, na quarta. O Roberto
Fernandes não sabe mais o que fazer para o time vencer. O melhor
jogador em campo, no Mineirão, foi Fábio, goleiro do Cruzeiro. O
Atlético jogou muito bem e teve várias chances de marcar. Mas perdeu
no finzinho, com um gol de Elicarlos, aos 40 minutos do segundo tempo.
Resultado injusto. O Furacão volta a campo neste domingo, no Joaquim
Américo, contra o Vasco e,, na quinta pega o Sport Recife, na Ilha do
Retiro. Duas encrencas, das brabas, pela frente. O negócio é torcer
para que o Edinho, recém contratado, faça valer a sua experiência e
bote a casa em ordem para o Roberto Fernandes trabalhar em paz.

O Paraná também continua em seu calvário. Perdeu em casa para o bom
Juventude e despencou na tabela. Está na 16ª colocação e pega o
instável Brasiliense, hoje, no Boca de Jacaré, às 20h30. Na terça, tem
o bom Barueri, na Vila Capanema. E tudo pode acontecer. A fúria está
com os nervos à flor da pele e, a essas alturas do campeonato, pedir
paciência já é pedir demais. Mas isso não tem importância.

PRETO NO BRANCO.

Mais uma semana se foi. E quanta coisa pode acontecer em 7 dias, meu
Deus! Às vezes, meus queridíssimos leitores, os dias são mais rápidos
que a lâmpada; em outras, parecem se arrastar interminavelmente. O que
fazer?, essa é a vida. E não tem outra. A verdade está aí, na nossa
cara. Aquele que não a conhece não passa de um ignorante, mas aquele
que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso. Pensem nisso,
com carinho.
Poupem-me, que de mim cuido eu. Até sexta.

Dalton Machado Rodrigues
daltonmrodrigues@gmail.com

postado por polacodabarreirinha @ 08:07 62 Comentários Links para esta postagem

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