sexta-feira, 27 de junho de 2008

Enc: CÓPIA DA COLUNA DO DALTON NO BLOG DO POLACO!



--- Em sex, 27/6/08, Francisco Wojciechowski <franciscowojciechowski@yahoo.com.br> escreveu:
De: Francisco Wojciechowski <franciscowojciechowski@yahoo.com.br>
Assunto: CÓPIA DA COLUNA DO DALTON NO BLOG DO POLACO!
Para: franciscowojciechowski@yahoo.com.br
Data: Sexta-feira, 27 de Junho de 2008, 13:10

Quinta-feira, Junho 26, 2008 / DEIXE SEU COMENTÁRIO

NO BLOG DO POLACO: polacodabarreirinha.blogspot.com

O Chico Fantasma, quando não está no terreiro, está torcendo.


Bola Perdida

"Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu."

Claudiomiro, meia do Internacional ao chegar em Belém do Pará para jogar contra o Payssandu, pelo campeonato brasileiro de 1972.


"Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe."

Jardel, ex-atacante do Grêmio e do Vasco.


Meus inteligentíssimos leitores, confesso a vocês que ocupar este espaço aqui no polaco da barreirinha me tem sido uma grata surpresa e, além disso, me proporcionado inéditas alegrias. Este blog tem essa coisa maravilhosa que é o encontro, a confraternização, a felicidade de dividir para poder multiplicar. A inteligência aqui é tratada a nacos de broinha de fubá mimoso e goles inquestionáveis de licor de ovos. Um blog feito para o intelecto, para a alma, para o coração, onde as idéias respiram o ar de uma atmosfera criativa e libertária. Um espaço único em que a sutileza dos pensamentos consiste em descobrir a semelhança entre as coisas diferentes e a diferença entre as semelhantes. Mas isso não tem importância.


OS FALACIANOS NÃO PASSAM DE UMA BAZÓFIA.


- Que coisa lamentável, puta que pariu! A vaca velha repete, repete, repete. Nunca tem nada original. Será possível, camafeu de puta? É sempre o mesmo lero-lero, um nhém-nhém-nhem interminável, um blá-blá-blá afeito a gongorismos, barroquismos que ninguém agüenta. Fecha essa matraca, ô boca de asno! Muge e pensa que me agride o ser úmido, pegajoso e untuoso ao tato, sentado à minha direita. O Geraldo, vocês sabem, meus conscientíssimos leitores, fornica com a própria alma, fato que faz com que sua aparência se degrade desesperadamente a cada minuto.

- Deixa pra lá, Geraldo. O Dalton é um caso perdido. O traça de biblioteca acha que está acima de nós, acima do bem e do mal, acima de Deus. É um coitado, com quase sessenta anos e o mesmo terno de 30 anos atrás. Essa gravata, que ela está usando sem parar, era do avô dele e naquele tempo já estava fora de moda. Ahahahahaha...Ri-se a espinha Ribamar prestes a entrar em erupção.

- Ahahahahahah...O foda é que o cara é pobre duas vezes: de matéria e de espírito. Ahahahah...Já pensou, Riba, se esse escriba de quinta categoria tivesse grana?

- Tá louco! Sendo mendigo, já anda com o rei na barriga...ahahahaha...imagine com grana...ahahahahah.....

Muita vez, eu acho graça das bazófias desses dois. Pelo menos eles ficam felizes com a minha completa desgraça financeira e total inabilidade para gerir-me economicamente. Sou um pobre coitado atropelado pelas dívidas diariamente. Uma cava humilhação que me acompanha desde que, aos 6 anos, comprei fiado a minha primeira maria-mole no armazém do seu Boleslau. Na verdade, saber escrever me deu apenas prestígio e prestígio só dá dinheiro mesmo para a Nestlé. Mas não me lamento por viver com a corda no pescoço. Tiradentes também esteve assim e hoje é herói nacional. Mas isso não tem importância.


A MAIORIA ESMAGADORA É IGNORANTE DE PAI E MÃE.


O que eu quero mesmo lhes dizer, meus impacientíssimos leitores, é que não existe nada bom nem mau a não ser estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância que é um mal. Ou como eu sempre digo e repito, a ignorância trava o espírito, a inteligência o imortaliza. Raciocinem comigo. A ignorância é como nossos tribunais, que, cegos pela lei, existem com um único fim: manter a sociedade no seu estado atual. O poder ampara, promove e aduba a ignorância e seus adeptos, que, por sua vez e por sua maioria esmagadora, se tornam mantenedores do poder, num círculo viciado e vicioso. O brasileiro, por natureza, é um ser essencialmente omisso, da mais cínica e deslavada omissão. Vejam vocês, no trânsito, por exemplo, o brasileiro até na hora de ser atropelado quer tirar o corpo fora. Mas sem querer partir pra ignorância, digo-lhes que toda omissão gera corrupção e toda corrupção gera mais miséria e mais ignorância. E foi assim que nossos políticos se tornaram os mais religiosos do mundo, levando, em cada obra, dois terços. Mas não riam, meus bem-humoradíssimos leitores, pois quem acha tudo gozado é faxineira de motel. E é sempre bom também lembrar que o cérebro é uma coisa tão maravilhosa que todos deveriam ter um. Mas já que desistir é uma solução permanente para um problema temporário, eliminemos essa hipótese covarde e vamos ver a vida com outros olhos. O Brasil, por exemplo, precisa explorar com urgência a sua riqueza, porque a pobreza não agüenta mais ser explorada. E por onde começamos? Pelo começo é óbvio, ou seja, pela educação. Platão dizia que pessoas normais falam sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre idéias, pessoas mesquinhas falam sobre pessoas. Nós, meus sapientíssimos leitores, por estarmos atentos às idéias, já descobrimos que, quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas. Mas isto não tem importância.


POLÍTICO BOM É POLÍTICO MORTO
OU SENDO NOIVINHA ATRÁS DAS GRADES.



O que eu queria mesmo lhes dizer é que os políticos são como as fraldas: devem ser trocados constantemente, e sempre pelo mesmo motivo. Entre uma troca e outra, tudo que nos resta é esperar o melhor, se preparar para o pior e receber o que vier. Mas não custa lembrar que só existem dois dias no ano em que a gente não pode fazer nada pela nossa vida: ontem e amanhã. Hoje vocês podem até dançar um tango argentino. Caso contrário, restam ainda os livros de auto-ajuda. O quê? Vocês acham que não funcionam? É claro que sim. Os livros de auto-ajuda já deixaram milionários centenas de escritores medíocres. Bom, mas o mundo não acaba aqui e agora. E vocês têm belíssimas opções. Existem os clássicos, mas é claro que esses exigem um maior esforço, mais concentração, não são pra qualquer ignorante ler e sair por aí citando-os à boca pequena. Porém, dos ignorantes e idiotas eu perdôo a falta de ambição intelectual. Pra mim, os verdadeiros analfabetos não são eles e, sim, os que aprenderam a ler e não lêem. Tiveram boa escola, bons mestres, pais interessados e comprometidos com o futuro dos filhos, e, no entanto, são uns burros metidos à besta. Uns cretinos, marcados a ferro e fogo pela pusilaminidade. Mas isso não tem importância.


DOS MALES O MENOR.


Na terça-feira, o Trevisan chegou cedinho lá em casa, querendo saber notícias do meu tio:

- E daí, índio velho, como é que está o nosso Torcedor?

- Completamente mudo.

- Sério? Puta merda!

- Tentei conversar com ele, argumentei, falei até sobre a influência das aranhas na imprensa marron. E o máximo que ouvi foi um muxoxo.

- Tá foda o troço, então!?

- Tudo culpa do Dunga.

- É pra você ver, o Torcedor ama o futebol arte e o Dunga implanta o futebol força, de marcação, onde o craque tem que ser um perna-de-pau que nem ele. O teu tio vai morrer seco e arreganhado. Mas me diga, ele não moveu um lábio para perguntar do Atletiba?

- Quando toquei no assunto, ele dormiu. Você acha que...
O Trevisan saiu e não disse nem tchau. Fiquei a pensar com os meus botões de futebol de mesa. Hoje em dia se sairmos de casa e um pombo cagar em nossa cabeça, o negócio é relaxar e pensar na perfeição da Mãe Natureza, que deu asas aos pombos e não às vacas ou aos elefantes. Mas me dêm uma licencinha que o telefone está tocando:

- Alô!

- Oi!

- Desembucha, animal!

- Ô Dalton, sou eu, o Roberto Prado.

- Não reconheci a voz, Beco (Pronuncia-se Béco). Que que manda?

- Quem conhece a sua própria ignorância revela a mais profunda sabedoria. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão. A diretoria do coxa virou ignorante agora?

- Do que você está falando?

- Do Carlinhos Paraíba, o único craque do time. Estão querendo fazer grana com ele. Se ele for pras Arábias, o time vai pras cucuias.

- Não acredito que o Cirino vá permitir uma heresia dessas.

- É, não sei não. Dois milhões de dólares por 3 meses de empréstimo fazem muita cociquinha no bolso.

- Mas, Beco, dinheiro é uma coisa que você precisa apenas para o caso de não morrer amanhã. Veja que...
O desgracido desligou, antes que eu completasse meu raciocínio. Vou até a varanda, sirvo-me de um belo copo de licor de ovos e uma travessa de broinhas de fubá mimoso e durante horas fico bebericando e papando as delícias, que o papai aqui não é bobo. Mas isso não tem importância.


A HISTÓRIA SÓ SE REPETE COMO BARSA
OU GOOGLE.



O que eu quero mesmo lhes dizer é que dedico um amor enorme aos meus filhos e criá-los, confesso, é como jogar videogame, pois a fase seguinte é sempre mais difícil. Dia desses, o meu filho mais novo, 17 anos, sentou-se ao meu colo e remexendo meus cabelos brancos,
saiu-se com essa:

- Roubar idéias de uma pessoa é plágio; roubar de várias, é pesquisa.

- De onde você tirou isso, piá de bosta?

- Ah...todo mundo faz assim lá faculdade. Você vai no Google e daí é só Ctrl C e Ctrl V. Em 10 minutos está feito o trabalho.

- Você acha justo, ou melhor, você acha que está aprendendo alguma coisa, agindo assim?

- Ah, pai, a imaginação é mais importante que o conhecimento.
Deu um último peteleco na minha bochecha e saiu correndo. Fiquei mudo por uns 10 segundos e, confesso a vocês, me senti o mais ignorante entre todos os ignorantes do mundo. Mas isso não tem importância.


ENTERREM MEU CORAÇÃO NA CURVA DE ENTRADA DO ESTÁDIO.


O que vale é que o campeonato brasileiro é por pontos corridos e vai que vai. O Coritiba depois de uma brilhante vitória sobre o time do Fluminense, teve uma semana relativamente tranqüila. Mas deu nojo ler os nossos jornais na segunda-feira. Todos unanimemente depreciaram a bela conquista, dizendo em letras garrafais que o time ganhou com os calções na mão dos reservas do Flu. Uma hipocrisia cínica e deslavada. O coxa dominou o jogo inteirinho e não permitiu quase nada ao adversário. Mesmo após a bobeira de permitir o empate, o time não se abalou e foi pra cima. A bela jogada do Marlos foi premiada com o segundo gol e, conseqüentemente, com a vitória. Justa, muito justa. E diante de um time grande como o tricolor das laranjeiras, não tem essa de reservas.

O Atlético perdeu para o Grêmio por 3x0, em três cobranças de penalidades máximas. Somente uma infração realmente aconteceu, outra foi duvidosa e a terceira foi um descalabro total, uma barbeiragem do senhor Guilherme Cereta de Lima, árbitro de São Paulo. O Atlético, desta vez, jogou bem, foi agressivo, fez boas triangulações. Caiu, mas caiu de pé, provando que o trabalho do novo técnico começa a produzir bons resultados.

O Paraná, conforme eu previ na semana passada, conseguiu sua primeira vitória diante do ABC, mas teve que usar todo um alfabeto para furar a firme e retrancada defesa do time paulista. Hoje, sexta-feira, à noite, vai jogar lá em Natal- RN contra o América, lanterna absoluto da competição. Eis aí uma boa oportunidade para escapar definitivamente da zona de rebaixamento. É só jogar que nem homem.


ENTRAM EM CAMPO SOBRENATURAL DE ALMEIDA
E DETALHE DOS SANTOS.


Meus obstinadíssimos leitores, salvo um daqueles solavancos do destino que, entre muitos acontecimentos, já provocou o desaparecimento de uma Atlândida ou fez cair o avião de meia seleção italiana, tem Atletiba pintando domingo. Mas, catástrofes à parte, dou como certo o pega dos dois velhos rivais para mais um tira-teima, daqueles de fazer coronárias alviverdes e rubronegras pedirem carona para a eternidade. O Atlético, depois de duas derrotas longe de casa, com toda a certeza, virá soltando fogo pelas ventas, querendo fazer valer a vantagem de jogar com o estádio lotado e torcendo a seu favor. Fato que, convenhamos, lhe dá um certo favoritismo, mas que pode também ser mais uma armadilha armada pelo destino da bola, principalmente se avaliarmos a instabilidade de seu desempenho no campeonato. O Coritiba, pela tradição da camisa – também campeão brasileiro das séries A e B, tem ainda em seu cartel de títulos o Torneio do Povo e incontáveis outros do campeonato paranaense – normalmente cresce em Atletibas e é sempre um inimigo poderoso na Baixada.Nelson Rodrigues, certa feita, me sussurrou ao pé do ouvido: "No futebol quem ganha ou perde as partidas é a alma." Ao que acrescentei: "Mas quem empata é o espírito de porco." Rimos, como duas grandes almas puras e, sob a luz das estrelas, mais emocionados que mãe de padre em dia de primeira missa, fomos um para cada lado do gramado do Maracanã. Às torcidas sempre cabe o grande e oscilante espetáculo: a louca alegria , o penoso sofrimento, a catarse do drama, o coração querendo saltar pela boca cheia de dentes. A euforia de uma é sempre a desgraça da outra. Mas isso não tem importância, o que eu quero mesmo dizer é que esse jogo será totalmente igual aos que Atlético e Coritiba têm enfrentado desde que surgiram. Mas nada de desespero, coxas; ou de euforia, atleticanos. Depois de uma Tragédia do Sarriá sempre tem uma Curva do Tamborello. A verdade é que, num Atletiba, o Sobrenatural de Almeida é um verdadeiro Pelé em campo. Explico melhor: quando ele joga até santo de barro apressa o andor e faz milagre. Eu, confesso, já vi muitas coisas estranhas durante um Atletiba, só não vi falta de garra, valentia, luta. Jogador deste clássico tem mais fôlego e força que um Sansão, antes da Dalila descabelar o palhaço. Mas agora me dêem licença que vou atender ao telefone.

- Alô.

- E daí, Dalton?

- Ô, Chico Fantasma, que grande prazer.

- Você já escalou o Sobrenatural de Almeida para jogar domingo?

Claro, né?

- É, imaginei, mas ele não joga sozinho...(pausa)

- ... Glupt...(Engulo em seco 3 ou 4 recôncavos bahianos).

- Ele tem ao seu lado o Coutinho para tabelar, aliás, Coutinho é apelido, o nome verdadeiro é Detalhe dos Santos. E aqui chego aonde queria: à escalação dos dois pelo Grande Técnico. Entendeu, Dalton?

Desligou, antes de eu acabar de pigarrear. O que fazer? O Chico Fantasma, o Trevisan, o Torcedor, o Roberto Prado, o Maringas são peças raras. Mais esquisitos que dissidentes russos, presos na Sibéria, lamentando e batendo a cabeça, aos gritos desesperados, ao receberem a notícia da morte de Stalin, que os havia praticamente dessossado, para usar ossos como dormentes num projeto de estrada mais fajuto que a Transamazônica. Mas, como sempre fazem, me deixam a pensar com os meu botões de futebol de mesa. Estarão lá, os dois? Sobrenatural e Detalhe, Pelé e Coutinho. Jogando pra quem?


MEDA, TEMORA, PÂNICA, HORRORA!
O JOGO É JOGADO, MEUS AFLITÍSSIMOS LEITORES!



Pego a mensagem do Machado de Assis em seus garranchos elegantes e, com a alma sofrendo os fortes abalos peristálticos que sofrem os elefantes, leio: "O melhor sempre ganha, a menos que acabe perdendo a partida pra si mesmo," Vencerá a heróica e sofrida nação coxa-branca (uma força da natureza) ou a plácida e auto-elogiada formação rubro-negra (produto da moderna economia globalizada)?Um amigo, por e-mail, me mandou um arrazoado pra lá de razoável. Confiram: "Um clássico como Atletiba tem mais de Sobrenatural de Almeida e Detalhe dos Santos do que de Realidade da Silva, tudo ou nada pode acontecer. Dalton, do alto da glória dos meus muitos anos de Atletiba, cheguei a algumas verdades definitivas sobre o clássico: 1. Nem sempre o que está melhor vence. 2. Jogar em casa representa vantagem mínima, já que não é incomum aparecer um Cavalo de Tróia dentro do gramado. 3. O resultado dos jogos é questão de detalhe, principalmente, quando alguém é goleado. 4. Existe uma metamorfose plena e total em certos jogadores, assomam-se-lhes características de craque, personalidade de gênio e intuição divina. Ou exatamente o contrário disso, o cara vira mosca morta e só serve mesmo pra ter chilique e ser expulso. 5. No dia do jogo, Curitiba vai a 17 graus na escala Richter. Pense nisso com carinho. Grande abraço do Maringas."
O Maringas está certo? Respondam vocês, meus cartomantíssimos leitores, ou calem-se para sempre. Como eu me calo e sei onde me aperta o silêncio. Mas, por favor, poupem-me, porque diante da perspectiva de um terremoto no estádio Joaquim Américo (me nego a chamá-lo de arena), eu já me sinto um habitante de Pompéia esperando um Vesúvio me soterrar totalmente. E, o que é pior, eu completamente fora de mim, como um verdadeiro ignorante. Até sexta.


Dalton Machado Rodrigues

daltonmrodrigues@gmail.com
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quarta-feira, 25 de junho de 2008

CHICOFANTASMA100%COXABRANCA 100%IMPÉRIO ALVIVERDE!!


participe do meu orkut: Chico Fantasma
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TODA SEXTA TEM COLUNA DO DALTON NO BLOG:
polacodabarreirinha.blogspot.com
textos engraçados, inteligentes e profundos dos nossos
3 times no Campeonato Brasileiro.IMPERDÍVEL!

CHICO FANTASMA FOI O 13º SÓCIO DA IMPÉRIO NA ÉPOCA...



HOJE ESTA GIGANTESCA, VIBRANTE, ESTUPENDA NAÇÃO IMPÉRIO JÁ
É A MAIOR TORCIDA DO SUL DO PAÍS!

Fwd: CHICO FANTASMA EM MAIS UM DELÍRIO MENTAL DO Nº13 NO SEU BLOG!


AVISO QUE SAIU MAIS UM TEXTO DOS DELÍRIOS MENTAIS DO Nº13
"SONHOS DE KRIHSNAMURTI"
NO MEU OUTRO BLOG: chicocoxabranca.blogspot.com

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Fwd: CORITIBA,ATLÉTICO E PARANÁ NA VISÃO DO DALTON!



franciscowojciechowski@yahoo.com.br

Assunto: CORITIBA,ATLÉTICO E PARANÁ NA VISÃO DO DALTON!


RESUMO DO TEXTO DO DALTON, PUBLICADO NO BLOG DO POLACO
DIA 20.06.(SEXTA-FEIRA). BLOG:polacodabarreirinha.blogspot.com
Entre no blog do polaco e deixe seu comentário.
ABAIXO VEJA O QUE ELE COMENTA DO ATLÉTICO, CORITIBA E PARANÁ.
NA PRÓXIMA SEXTA MAIS UMA SENSACIONAL MATÉRIA DE QUEM COMENTA
PROFUNDAMENTE OS TIMES DA CAPITAL, COM SABEDORIA E MUITO HUMOR.
O QUE VC LÊ AQUI, VC NÃO VAI ENCONTRAR EM NENHUM JORNAL!


QUEM PERDE OU GANHA UM JOGO É A ALMA.

O campeonato brasileiro é por pontos corridos e vai que é um upa. O Coritiba, mais uma vez mal escalado pelo Dorival Jr, não encontrou a vitória no Alto da Glória, mas o Vitória. E empatou. Se existe algo capaz de esvaziar almas e corações, é o empate em 0x0, meus vitoriosíssimos leitores. O oxo é xoxo, embora muitos ainda insistirem em escrever chocho. A torcida coxabranca vazou do Couto Pereira pelas beiradas, xingando até a mãe do Hugo, que, no pênalti, cobrou tiro de meta. Mas como a esperança é a última que morre, vem aí o Fluminense que, mesmo na lanterna, jogará com o time reserva. Um empate para o Flu já seria um grande negócio. O Maringas me passou um e-mail irritadíssimo: "Dalton, está todo mundo devendo. Paraíba, Michael, Donizete, Marlos, Hugo, mas ninguém deve mais à torcida do que o Dorival. O cara está escalando mal, faz cinco rodadas que time joga um péssimo primeiro tempo e melhora no segundo. Dá pra entender um troço desses?" Dá, sim, Maringas, o Dorival cara de pau está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim. Sem alegria, o futebol
é apenas um esporte bretão.

O Atlético sofreu uma derrota portuguesa com certeza. Sofreu para perder só de 1x0. Não jogou nada, mas se defendeu bem. E deve continuar se defendendo com unhas, dentes, chuteiras e bicões pro mato, neste final de semana, quando enfrenta o Grêmio no estádio Olímpico. O time recebeu alguns reforços, mas devem estrear somente nas próximas rodadas. O técnico Fernandes anda preocupado pela pouca criação do meio pra frente e da quase total ausência de tiros à meta adversária. O Augusto Mafuz anda mordiscando-lhe a canela e dizendo que a culpa é dele, minando a esperança da torcida. Ainda não sei se é má vontade ou conhecimento de causa.

O Paraná, coitado, dá pena. Mas tem uma chance de ouro de sair das últimas posições, pois recebe o ABC, um time que ,apesar da idade, ficou nas primeira letras. O Paraná tem portanto praticamente um alfabeto inteiro para bater, surrar, vencer e convencer a sua diminuta, porém, vibrante torcida. O Batista de Pilar, que só faz versos de primeira, não se conforma com a segundona do seu time de coração. Mas isso não tem importância.

TEM UM POÇO DE SABEDORIA
NO MEIO DO CAMINHO.

O que eu queria mesmo lhes dizer é que a palavra se doa, se dá, gratuitamente, como um poço que, quanto mais doa, mais água e de melhor qualidade tem para oferecer. A palavra é assim também, enquanto alguns morrem de sede; outros vivem dela, com pródiga abundância. Por mim, meus generosíssimos leitores, as palavras continuam assim, esplêndidos universos a serem explorados pelas mentes de boa vontade que estão ou estarão entre nós. Com as palavras nasceram religiões, filosofias, romances, peças teatrais, poemas, mundos e mais mundos, mas, principalmente, nós mesmos, os filhos da saudade da vida por si mesma. Nós, que nos sussurros amorosos de nossos pais, fomos gerados à imagem e semelhança. Nós que, através dessa troca de palavras ardentes de paixão, ganhamos alma, consciência e uma vida novinha em folha. Na verdade, meus abnegadíssimos leitores, nós e as palavras fomos feitos uns para os outros. É um caso de amor antigo, muito antigo. E como em todo caso de amor se salvam todos felizes entre mortos e feridos. Mas lembrem-se: nem tudo que reluz é aura, o ouro da manhã é aurora. E na aurora...

continua no blog do polaco:polacodabarreirinha.blogspot.com
BOLA PERDIDA (DEIXE SEU COMENTÁRIO LÁ, PODE SER ANÔNIMO)
CHICO FANTASMA
ORKUT: Chico Fantasma


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terça-feira, 17 de junho de 2008

Dalton 13

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CÓPIA DA COLUNA DO DALTON 13.06.08

BOLA PERDIDA DESTA SEXTA FEIRA 13 PUBLICADA NO BLOG DO POLACO:
polacodabarreirinha.blogspot.com
MAIS UM SENSACIONAL "MILAGRE" ESCRITO PELO DALTON, vá
lá e deixe seu comentário, se tiver paciência e sensibilidade como uma delicada flor!
No meu blog: chicocoxabranca.blogspot.com tem meus delírios mentais do nº13
e os palpites da loteca.
orkut: Chico Fantasma
comunidade: Me Chama Que Eu Vou em 2010
XV CXII= 15.112 XEROX DISTRIBUIDOS



B ola Perdida

“O que nós fazemos nunca é compreendido, apenas louvado ou condenado.”

(Nietszche)


Meus cepticíssimos leitores, muita vez me pego a pensar com meus botões de futebol de mesa. São longas, intrincadas elocubrações e, confesso, adoro dedicar parte do meu tempo a essas meditações que me levam a novas conclusões e mudanças de atitude. Ontem, o ar fresco da noite levou-me à sacada, onde fiquei, creio, durante umas boas duas horas. Eu pensava e no que eu pensava não precisam perguntar , eu digo e repito , em milagres, em milagres. E milagres, vocês sabem, não acontecem todos os dias. Mas há tantos relatos verdadeiros que, maravilhado, sou obrigado a admitir: “Eu acredito em milagres.”

OS FALACIANOS BRINCAM EM SERVIÇO.

- Ah, não! Nem vem com essa, tarado da mão boba! Pensa que eu não te vi na biblioteca pública?! Milagre agora, pra cima de nós?! Essa não vai ter perdão, é tiro na boca. Aahahahahahah... Chilreia o pardalzinho pousado à minha direita, o Geraldo, que por não ter o que fazer, vive fazendo aqui ao meu lado. É um ser difuso, difícil de ser retratado, mas, em rápidas pinceladas, tenho tentado aqui, aos poucos, dar-lhes uma idéia mais clara de sua insignificância. Seu porte físico é disforme, semi-símio, seus braços longos e desajeitados vivem esbarrando em xícaras de café, copos, garrafas. Apesar da banha abundante e conclusiva, é frágil como um passarinho na chuva e tem a estranha mania de ficar vigiando tudo que faço aqui na redação e, o que mais detesto, de plagiar minhas melhores frases. De quando em quando, vem comer alpiste na minha mão piedosa e cheia de dedos, mas na maioria das vezes, toda sua alma pênsil se dedica ao chiste, à bazófia e à pilhéria de mau gosto. Não lhe quero mal e nem bem também. Ele e Ribamar são esse tipo de gente a que o Charles Bukowski se referiu em seu poema O Gênio das Multidões: “o que existe de falsidade, ódio, violência e absurdo na pessoa mediana é suficiente para abastecer qualquer exército em qualquer dia.”

Mas isso não tem importância.

- Como assim? Como assim? Que pobreza de estilo, é sempre a mesma lenga-lenga, mas isso não tem importância, meus idiotíssimos leitores, mas não é isso que eu queria dizer. Porra meu, se flagre! Escreva algo diferente, invente, ô boca de burro. Ahahahahahah... Zurra o quadrúpede, esse mamífero perissodáctilo de tamanho médio com focinho e orelhas compridas e uma espinha enorme ocupando a maior parte do rosto. Ribamar, entrou no Guiness, recentemente, por ser o mais idoso office-boy do mundo. Quando não está me perturbando, é porque está espremendo alguma, que ele cultiva, apara e aduba com as mais inverossímeis técnicas para o desenvolvimento e mudança genética das espinhas. Junto com o Geraldo, eles têm sido meus ratos de laboratório e, confesso, tenho aprendido mais sobre o ser humano nestes últimos dois meses do que em toda minha vida. Mas não era isso o que eu queria lhes dizer.


- Então não diga, cavalo de teta! Ahahahahaha...Em uníssono a dupla despeja em meus ouvidos seus divertimentos e sai, de braços dados, para fumar.

TUDO É MUITO RELATIVO.


Que coisa, né, meus impressionadíssimos leitores? Mas façam como eu, apenas os observem e verão que, apesar de tudo, Geraldo e Ribamar não são tão extravagantes e nem tão diferentes dos muitos seres humanos que alimentam a hipocrisia, a inveja e a maledicência. Mas volto ao que eu queria lhes dizer. Existem apenas dois modos de viver a vida: um é como se nada fosse milagre; o outro é como se tudo fosse um milagre. Eu, como Albert Einstein, acredito que tudo é milagre. Sim, milagre. Nada mais que um deslavado e cínico grande milagre. Dias desses, encontrei uma bela mulher, de origem ucraniana, na fila do ônibus que, segurando meu braço, me dizia, para todos ouvirem: "Um dos maiores milagres de Deus é permitir que pessoas comuns façam coisas incomuns." E, não satisfeita: "Não devemos permitir que o relógio e o calendário nos ceguem para o fato de que cada momento da vida é um milagre e um mistério." Pra ser sincero, nem sei como foi que começou a nossa conversa, mas toda aquela verdade enciclopédica, dita assim em via pública, me humilhou a tal ponto que tomei o ônibus errado e o certo dela, que permaneceu atada a mim por um de seus fortes tentáculos. “O senhor veja bem, se não usarmos o milagre que Deus nos deu hoje, ele se perderá - porque não pode ser guardado ou utilizado amanhã. Estar viva, ser capaz de ver, andar, ter casa, ouvir música, admirar pinturas, tudo é um milagre. Adotei a técnica de viver a vida milagre a milagre." Falou com tão admirável tom que saí correndo do ônibus e quase fui atropelado por uma Kombi carregada de frutas e dirigida por um chinês que me fulminou: “Qué molê?”
- O senhor escapou por milagre! Alguém gritou do outro lado da rua. Mais humilhado ainda, juntei o que sobrou de mim e, com passos galgos, saí dali o mais rápido que pude. Fui a pé, mas, a caminho de casa, não pude deixar de pensar em milagres. Mas isso não tem importância.

SÓ NO NOSSO?

O que eu queria mesmo lhes dizer é que em países riquíssimos como Áustria, Dinamarca, Finlândia, Suíça, Holanda entre outros, vereadores, deputados e senadores ou não recebem nada para exercer o cargo ou recebem apenas uma pequena ajuda econômica para fazer frente às despesas inerentes ao cargo. São políticos que querem o melhor para o seu país e para a sua gente, governam para o bem de todos. “Mas deve haver corrupção também!”, diriam alguns mais apressados. Creio que sim, mas há uma distância enorme do que se faz em nosso país. Vejam vocês, o CSS vem aí para substituir o CPMF. O governo quer arrancar do nosso bolso até o que ele já não tem. E nós, milagrosamente, iremos pagar, é claro. Já são 74 tributos, mas para pagar os salários de nossos políticos e suas verbas de representação, gabinete, assessores e funcionários é preciso muito mais. Muito mais. Maracutaias, desvios, achaques, comissões, já fazem parte do contracheque até do vereador do bairro Puta Que Pariu, em Bela Vista, cidade do interior de Minas Gerais, mas não chega. Vejam vocês a que ponto chegamos, não podemos nem mandar essa canalhada pra PQP, porque vai todo mundo pra Minas. E Minas não há mais, diria Drummond. Mas isso não tem importância. Esses dias, um ex-vereador pedófilo foi preso por cometer vários crimes sexuais contra crianças. O meliante tem 56 anos e é aposentado pela câmara de vereadores de sua cidade com a bagatela de R$ 19.952,73 mensais. Transido de espanto, digo a vocês que os 73 centavos me humilharam mais que os 19.952. Mais, muito mais. Aqueles 73 centavos me jogaram na cara toda a falência do nosso sistema. Todo o dinheiro desviado da saúde, da educação, da infra-estrutura, estavam ali, diante dos meus olhos esbugalhados. Nada mais profano, criminoso, vil que aqueles 73 centavos. Toda a miséria brasileira exposta como uma fratura na imoralidade daqueles 73 centavos. Mas isso não tem importância.

CHOVEI MILAGRES, SENHOR!

O que eu quero mesmo lhes dizer é que o campeonato brasileiro é por pontos corridos e vai que vai. O Atlético salvou a pátria paranaense no domingo passado graças ao Alan Bahia e ao valente Valência. Olhem que 5x0 ficou barato para o Goiás. O técnico Roberto Fernandes conseguiu arrumar taticamente o time e o 4-4-2, pelo menos contra o frágil Goiás, funcionou bem. Mas tem agora duas pedreiras no caminho do rubro-negro: Portuguesa e Grêmio fora de casa e esse esquema tem que ser repensado, talvez povoar o meio do campo e tirar um atacante fosse de bom alvitre. O Coritiba até agora não disse a que veio. Perdeu no Engenhão de 2x1 porque o ataque coxa-branca é de nervos e não de gols. Novamente o time jogou um péssimo primeiro tempo e um bom segundo, quando dominou completamente o jogo. Dessa vez quem deu uma mãozinha para o adversário foi o Maurício. Mas o alviverde tem agora dois jogos em casa para se recuperar: Vitória e Fluminense. Se o Dorival Jr. não inventar moda, o coxa vai a 11 pontos e sua torcida volta a sorrir. O Maringas me mandou um e-mail dizendo: “Agora é a hora, nem antes nem depois. Se o Coritiba pretende alguma coisa neste campeonato tem que vencer e bem os dois próximos jogos. Está na hora da sorte virar para o nosso lado. É só o time jogar com alma, que a torcida faz milagres, Dalton.” Certo. Certíssimo, Maringas. Mas por falar em milagre, o Paraná Clube é o que mais está precisando de um. Independente da fúria de sua torcida, o time precisa de reza braba. A lanterna, para quem não vê luz no fim do túnel, me parece um bom negócio. Enfrentar o Bahia em Salvador não é mole, lá tem o maior número de pais-de-santo por metro quadrado do planeta. O Paraná que se benza. Mas isso não tem importância.

O Torcedor saiu do hospital e fui visitá-lo. Nem bem pus o pé na sala, ele trovejou:


- Perder de 2x0 para a Venezuela, não foi nada, Dalton. Pior foi o futebol que o Brasil apresentou, quase tive uma recaída. O Dunga é uma besta quadrada,
uma besta!



- O senhor está bem, tio? Perguntei-lhe mais expectativo que virgem quando vai levar uma rola na pomba.


- Chama o Scolari. O Felipão nosso de cada dia, esse sim conhece tudo de futebol. Portugal meteu 3x1 na boa seleção da República Tcheca e já está classificado para as quartas da Eurocopa. Dá gosto torcer para um time que tem fome de bola. E ver o Cristiano Ronaldo então, é um raríssimo prazer, o cara faz milagres com uma bola no pé. O Dunga está mais para Dengoso do que Mestre.


- Ahahaha...essa foi boa, Torcedor.


- Ok. Mas me dê licença, Dalton, que agora é hora de tirar uma soneca.


Saí de lá mais tranqüilo que o Dalai Lama em dia de conferência sobre a paz mundial. Me preocupo com o Torcedor e vocês sabem bem por quê, né, meus solidaríssimos leitores? Mas isso não tem importância.

“REAÇA! REAÇA!”

( diminutivo de reacionário, nas décadas de 60 e 70)

Ontem choveu a noite toda e gosto do barulho e do cheiro da chuva. A chuva é mais um desses milagres da vida,e vida, vocês sabem, é essa coisa que acontece enquanto estamos preocupados com o nosso próprio umbigo. Mas não era isso o que eu ia lhes dizer. O Roberto Prado me ligou logo cedinho e foi dizendo: “Dalton, o Chaplin disse certa vez que o bom mesmo é ir à luta com determinação , abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve. A vida é bela demais para ser insignificante. Isso pra mim, Dalton, diz tudo. É só a gente acreditar que os milagres vão pipocando à nossa frente.” Eu ia comentar mas ele não disse nem tchau e, abrupto, desligou.
Mais uma vez, volto a pensar com os meus botões de futebol de mesa e me vem à lembrança uma noite em São Paulo. Eu tinha ido assistir a um bate-papo com alunos da USP e o Nelson Rodrigues e acabei me perdendo e perdendo a hora. Quando cheguei, ele encerrava sua palestra sob vaias e gritos de “reaça!, reaça!” de muitos presentes e aplausos de poucos. Lembro que me aproximei dele, segurei-o pelo braço e pouco minutos depois estávamos num táxi a caminho do Bar Brahma, que fica ali na esquina da Ipiranga com a avenida São João, desde 1945. Não. Minto. Desde 1948. Nelson estava furibundo e soltava fogo pelas ventas: “São idiotas, idiotas da objetividade e eu sou um ex-covarde, Dalton. Hoje, (era 18 de outubro de 1968, meus informadíssimos leitores) é muito difícil não ser canalha. Por toda parte, só vemos pulhas. E nem se diga que são pobres seres anônimos, obscuros, perdidos na massa. Não, não mesmo. Reitores, professores, sociólogos, intelectuais de todos os tipos, jovens e velhos, mocinhas e senhoras.
E também os jornais e as revistas, o rádio e a TV.
Quase tudo e quase todos exalam abjeção.”


- Somos todos abjetos, Nelson? Me encorajo a perguntar.


- Nem todos , claro. Há sempre uma meia dúzia que se salve e só Deus sabe como. Todas as pressões trabalham para o nosso aviltamento pessoal e coletivo. O que existe por trás de tamanha degradação é o medo. Por medo, os reitores, professores, intelectuais são montados pelos jovens. O medo começa nos lares, e dos lares passa para a igreja, e da igreja para as universidades, e destas paras as redações, e daí para o romance, para o teatro, para o cinema. Sim, os pais têm medo dos filhos; os mestres, dos alunos. E sobre esse medo, Dalton, cai todo o silêncio da nossa pusilaminidade. Repito, sou um ex-covarde. É maravilhoso poder dizer tudo. Para mim, é de um ridículo abjeto ter medo das Esquerdas, ou do Poder Jovem , ou do Poder Velho. Não trapaceio comigo, nem com os outros. Para ter coragem, precisei sofrer muito. Mas a tenho. E se há rapazes que, nas passeatas, carregam cartazes com a palavra “muerte”, já traindo a própria língua; e se outros seguem as instruções de Cuba; e se outros mais querem odiar, matar ou morrer em espanhol – posso chamá-los, sem nenhum medo, de “jovens canalhas.” Foi só então que eu entendi o que deve ter acontecido durante a sua palestra. Depois, Nelson falou pouco, muito pouco. Seus olhos estavam frios e distantes. Mas isso não tem importância.


O ANIVERSÁRIO DO VAMPIRO!


A memória faz milagres às vezes. Por exemplo, acaba de me ocorrer que hoje é aniversário do meu xará Dalton Trevisan, o vampiro de Curitiba, 82 gloriosos anos se não estou equivocado. Estou sim, na verdade, duplamente equivocado, é amanhã dia 14 e são 83 anos, quase lhe tiro um ano de glórias. Mas a festa vai comer solta hoje no bar Ao Distinto Cavalheiro a partir das 19 h. O Trevisan nunca foi e, claro, não irá. Mas, tenho certeza, que por algum milagre que desconheço, estará lá o tempo todo. Mas não era bem isso o que eu queria lhes dizer. A verdade é que mais uma semana se foi, e mais uma sexta-feira estou aqui com vocês, meus queridíssimos leitores, e este é o verdadeiro milagre.

Do resto, poupem-me, pelo amor de Deus!

Dalton Machado Rodrigues