segunda-feira, 2 de setembro de 2013
PAPO DE BOTECO IV ( 2 de setembro de 2013)
Como escrevi dia 30, 31 de agosto e 1º setembro, JK era um bêbado bem solitário, e que sempre
no dia seguinte tinha muita culpa e depressão. Então voltava a beber, por não suportar
tamanha agonia mental. Era uma rotina e uma constante fuga da realidade. JK não era daqueles bêbados que não ligavam pra sua aparência. Vestia-se bem, sempre barbeado,
unhas cortadas, limpas e pintadas com esmalte incolor, pintava o cabelo tbm. JK batalhou muito, para manter o casamento e a vaidade da mulher. Dava
de tudo, dos sabonetes , xampus e perfumes mais caros, roupas e sapatos da moda como
celular e computador. No apartamento tinha todo conforto de uma classe media.Tudo ia as mil maravilhas, até o filho de 5 anos com a fantasia de Super Homem pensar que podia voar do
8ª andar do prédio. Tudo pq a festa de aniversário da Mulher era mais importante que as telas
nas janelas. Tentaram ainda salvar o casamento com mais dois filhos,
mais o fantasma do 1º filho e as constantes bebedeiras e agressões físicas e verbais,
fizeram com que a mulher voltasse
para a casa dos Pais no interior de MG. E se a bebida já estava dominando Jk, depois da
separação a "saideira" começou a não ter mais horário nem de entrada e nem de saída.
JK chegou agitado no meu bar, louco para desabafar. Mais eu tinha outros clientes para
atender e dar atenção. Se tem uma coisa que bêbado gosta é ser amigo de dono de bar,de fazer dele um ouvinte daquilo a bebida vai ditando. Como sempre servi a taçona de
licor, foi pra sua mesinha, mas quase não parava sentado. Tv um momento que não se
aguentou, eu estava passando pano no balcão, e ele segurou meu pulso com força e
foi dizendo: |||" - Eu levantei assustado nesta madruga, novamente meu filho estava presente
nos meus sonhos. No sonho eu chegava a tempo de segurar seus pés na hora que tava caindo,
só que desequilibrava e caia junto. Gritávamos, e acabamos caindo numa gigantesca nuvem, onde na frente tinha uma imensa porta. Quando empurrei esta porta, me senti no
paraíso. Eu via flores, pássaros, borboletas de todas as cores e lagoas carregadas de peixe,
com pessoas voando pra lá e pra cá com roupas do super-homem. Daí meu filho começou a
voar tbm , me deu tiau e disse que logo eu ia ter uma conversa muito séria com Deus, foi
quando eu acordei. Dai não dormi mais, peguei um ceva e fui ver um filme no vídeo, Forrest
Gamp o Contador de Histórias. Como chorei quando ele viu o filho e na leitura da
carta que Forrest leu no caixão da esposa que tinha morrido de Aids.
Sabe Chico Fantasma,
eu não fui um bom Pai para meu filho que morreu. Eu não tinha muita paciência, quase
nunca ía em parques, passeios ou mesmo brincar. Preferia chegar sempre mais tarde
em casa, mentia para minha esposa que tinha que terminar um serviço, etc..Na verdade
eu ia sempre tomar umas cervejas com os amigos que ainda não tinham as obrigações de uma
família e um lar. Depois com culpa, chegava em casa as vezes com flores, pizza e chocolate.
Nos finais de semana eu inventava pescaria ou jogo de futebol. Foram
tantas veze que ele pedia para ir junto. Eu sempre com a mesma desculpa, dizendo que
quando fosse maior iria comigo. Mais Deus só esperou 5 anos para tirá-lo de mim. Como
dói pensar nisso. Um dia minha mulher não sei como descobriu que eu estava no bar, chegou
carregando meu filho que tava com uma gripe muito forte. Histérica ela gritava na frente
de todos meus amigos de bar:- Seu bêbado, eu me matando de trabalhar em casa, com nosso
filho doente, e vc aqui enchendo a cara. Vc não ama seu filho? Pegou o copo de cerveja
e jogou na minha cara".||| pra não ficar cansativo...Continuo AMANHÃ no PAPO DE BOTECO V. lembrando
sempre que no meu blog: chicofantasma.blogspot.com
vc pode ler os PAPO DE BOTECO anteriores.
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